Assim como a linguagem, o desenvolvimento do desenho da criança possui uma maturação das habilidades de motricidade e pensamento simbólico. Percebe-se uma simultaneidade na percepção dos elementos do desenho contraposto à linearidade da fala e da escrita, isto é, há uma relação directa entre a evolução do desenho e da escrita, de certa forma, ambos são meios de expressão e comunicação. A partir do desenho, a criança tem a possibilidade de lidar com o lúdico, de se expressar, de registar um facto, entretanto, cada fase ou estágio do desenho, assume um carácter próprio. Apesar das diferenças individuais e da personalidade, esses estágios seguem uma padronização de acordo com a faixa etária.
De acordo com uma análise
piagetiana, o autor ira dividir em cinco fases: garatuja, pré-esquematismo, esquematismo, realismo e pseudo-naturalismo.
No
estágio das garatujas ou rabiscos, ela pode se subdividir em desordenada e ordenada, onde na primeira a criança faz simples riscos, ignora o limite do papel e mexe todo o corpo para desenhar; já na forma ordenada, as garatujas vão apresentando linhas mais longitudinais, tornando-se mais circulares e, por fim, se fecham em formas independentes.
No estágio pré-esquemático, aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade, onde os desenhos são dispersos inicialmente, a aparecem as primeiras relações espaciais, além do surgimento do vínculo emocional.
No estágio esquemático, a criança já faz operações concretas, esquemas representativos, expressão de experiências novas. O desenho já possui uma linha de base, conceito bem definido de figura humana.
No estágio de realismo, existe uma maior consciência do sexo e da auto-crítica, além do descobrimento do plano e da superposição, abandonando a linha base e do esquema de cor, sendo enfocado o conteúdo emocional.
Por último, o estágio pseudo-naturalista, entrando na fase das operações concretas. A arte deixa de ser vista como uma actividade espontânea. Aparece a tendência visual, objectividade e subjectividade.